segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Médiuns Fascinados

“A fascinação tem consequências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do espírito sobre o pensamento do médium e que paralisa de alguma forma seu julgamento com respeito às comunicações.” (O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, cap. XXIII, item 239.)

      A fascinação, se assim nós podemos expressar, é uma espécie de hipnose a que o espírito obsessor induz o médium obsidiado, referimo-nos a médium obsidiado, porque, em última análise, o obsidiado não deixa de ser um médium em potencial.
      Fascinado, o médium não se julga equivocado nas comunicações que esteja intermediando, no entanto a fascinação exercida sobre ele pode ir muito mais longe...
      O médium fascinado, em seus instantes de lucidez, recusa, por exemplo, a advertência que lhe é feita pelos espíritos amigos, os quais prevalecendo-se das clareiras mentais em quase permanente estado de fascinação, tentam acordá-lo para as suas responsabilidades(...)
      Necessitamos ainda considerar que o problema da fascinação sobre os médiuns não deve ser imputado apenas aos desencarnados, posto que muitos deles se transformam em vítimas das próprias alucinações nas ideias mirabolantes que formam a respeito de si mesmos. Aliás, esta fascinação é a mais grave de todas, porque o medianeiro não se coloca na condição de quem admite estar necessitando ajuda para reencontrar o discernimento(...)
      Dos problemas da fascinação, portanto, o dos médiuns vítimas de comunicações que não resistem ao crivo da razão ao qual devem ser submetidos, é o mais insignificante.
      Fácil desmascarar a mentira; difícil não mentir...
      Fácil apontar erros alheios; difícil aceitar que se esteja errado...
      Busquemos a conscientização indispensável, e o caminho que trilhamos se nos apresentará menos obstruído.
      Saibamos onde se encontram, dentro de nós, as pedrasde-tropeço que carecemos remover ou evitar.
      Reflitamos na extensão e na dificuldade da jornada evolutiva que nos compete empreender e, sem desânimo, prossigamos, passo a passo, sedimentando em nós as virtudes que, um dia, haverão de redimir-nos.
      Serenamente, acrescentemos à nossa edificação íntima os tijolos do amor e da sabedoria com que os anjos, na argamassa do suor e das lágrimas que derramaram, já construíram o castelo da felicidade em que residem, entre as estrelas!...
Odilon Fernandes
Do livro: Mediunidade e Obsessão. Didier
Psicografia: Carlos A. Baccelli.

Download em PDF

(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 16/08/2010)