segunda-feira, 31 de maio de 2010

Obrigação Primeiramente

Faze da mediunidade o instrumento com que possas desferir, entre as criaturas irmãs, o teu hino de amor.
Entretanto, não lhe situes os acordes em leilão.
Quanto o Sol, que não negocia com a própria luz, o espírito não mercadeja com os próprios sentimentos.
Se a vaidade te exagera o valor, pensa um pouco e reconhecerás que a vida, junto de ti, pode suscitar a formação de valores novos que te lancem todas as possibilidades em plena sombra. E quando a ambição busque elevar-te à galeria de ouro, reflete na agonia mental de todos aqueles que descem da galeria de ouro para a névoa da morte.
Mediunidade é talento divino nas tuas mãos e a divina bondade nunca se vende.
Se pudéssemos definir Deus, seria lícito repetir que Deus é amor e o amor é trabalho do bem por todas as direções.
O trabalho, desse modo, é o alicerce da existência produtiva, assim como a raiz é o fundamento da árvore.
Se alguém disser que é necessário abandones as tuas tarefas a fim de que haja virtude no caminho do próximo, enredando-te ao ruído ou à festividade que a tua presença consiga criar onde estejas, não te esqueças de que o Cristo pagou, em acerba renunciação, a própria fidelidade ao Supremo Senhor, na prestação de serviço aos homens.
Pregação sem exemplo é cheque sem fundos.
Angaria o teu sustento, com a disciplina da alma e o suor do rosto, e cede ao intercâmbio espiritual o tempo que lhe possas consagrar por oferta de ti mesmo.
Não te rendas a ilusões, nem te creias maior.
Além do manancial, corre a fonte; além da fonte, vem o córrego; além do córrego, desponta o riacho; além do riacho, aparece o rio e, além do rio, surge o mar.
Primeiro, a obrigação que nos purifique.
E, depois da obrigação, entrega à mediunidade aquilo que lhe possas doar espontaneamente, sem qualquer tisna de interesse inferior, como sendo a tua quota de esforço puro na obra do bem geral.
Não importa seja pouco.
O maior edifício começa tijolo a tijolo.
Por mais negra a escuridão, fina réstia de luz rompe a força das trevas.

Emmanuel

Do livro: Seara dos Médiuns
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 31/05/2010)

sábado, 29 de maio de 2010

Provas e Bençãos

Esforçando-te por superar dificuldades e contratempos, nas áreas da reencarnação, recorda o patrimônio das bênçãos de que dispões, a fim de que os dissabores e empeços educativos da existência não te sufoquem as possibilidades de trabalhar e de auxiliar.
Atravessas incompreensões e tribulações em família, entretanto possuis saúde relativa e recursos ainda que mínimos para vencê-las construtivamente até que se extingam de todo.
Sofres com os entraves do parente difícil, todavia guardas contigo a luz da compreensão de modo a ajudá-lo a solver os conflitos e inibições de que se sente objeto.
Trabalhas afanosamente na proteção econômica indispensável a vários entes queridos, mas não te escasseiam energias e oportunidades de serviço, a fim de ampará-los até que te possam dispensar o concurso mais intenso.
Respondes por determinadas tarefas de socorro material e espiritual, a benefício de muitos, e em muitas circunstâncias sentes a presença da exaustão; no entanto, aparecem providencialmente criaturas e acontecimentos que te refazem as forças para que a obra continue.
Assumiste pesadas obrigações que te compelem a enormes prejuízos a favor de outrem, e, por vezes, te supões na total impossibilidade de satisfazer aos compromissos próprios; contudo, novo alento te visita o espírito e pouco a pouco atinges a liquidação de todos os débitos que te oneram a responsabilidade.
Em todas as provas que te assaltem os dias, considera a quota das bênçãos que te rodeiam, e, escorando-te na fé e na paciência, reconhecerás que a divina providência está agindo contigo e por teu intermédio, sustentando-te, em meio dos problemas que te marcam a estrada, para doar-lhes a solução.

Emmanuel

Do livro: Rumo Certo
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 29/05/2010)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Vida no Além

A lei dos agrupamentos no Espaço é a das afinidades. A ela estão sujeitos todos os espíritos. A orientação de seus pensamentos leva-os naturalmente para o meio que lhes é próprio; porque o pensamento é a própria essência do mundo espiritual, sendo a forma fluídica apenas o vestuário. Onde quer que seja, reúnem-se os que se amam e compreendem. Herbert Spencer, num momento de intuição, formulou um axioma igualmente aplicável ao mundo visível e ao mundo invisível. A vida, disse ele, é uma simples adaptação às condições exteriores.
Se é propenso às coisas da matéria, o espírito fica preso à Terra e mistura-se com os homens que têm os mesmos gostos, os mesmo apetites; quando é levado para o ideal, para os bens superiores, eleva-se sem esforço para o objeto dos seus desejos, une-se às sociedades do Espaço, toma parte nos seus trabalhos e goza dos espetáculos, das harmonias do Infinito.
O pensamento cria, a vontade edifica. A causa de todas as alegrias e de todas as dores está na consciência e na razão; por isso é que, cedo ou tarde, encontramos no Além as criações dos nossos sonhos e a realização das nossas esperanças. Mas, o sentimento da tarefa incompleta, ao mesmo tempo que os afetos e as lembranças, trazem novamente a maior parte dos espíritos à Terra. Todas as almas encontram o meio que os seus desejos reclamam, e hão de viver nos mundos sonhados, unidos aos seres que estimam; mas também aí encontrarão os prazeres, os sofrimentos que o seu passado gerou.
Nossas concepções e nossos sonhos seguem-nos por toda parte. No surto dos seus pensamentos e no ardor de sua fé, os adeptos de cada religião criam imagens nas quais supõem reconhecer os paraísos entrevistos. Depois, pouco a pouco, se apercebem de que essas criações são fictícias, de pura aparência e comparáveis a vastos panoramas pintados na tela ou a afrescos, imensos. Aprendem, então, a desprender-se deles e aspiram a realidades mais elevadas, mais sensíveis. Sob nossa forma atual e no estreito limite de nossas faculdades, não poderíamos compreender as alegrias e os arroubos reservados aos espíritos superiores, nem as angústias profundas experimentadas pelas almas delicadas que chegaram aos limites da perfeição. A beleza está por toda parte; só os seus aspectos variam ao infinito, segundo o grau de evolução ou depuração dos seres.

Léon Denis

Do livro: O Problema do Ser, do Destino e da Dor
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 27/05/2010)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Serão Consolados

Nem todos aflitos, porém...
Muitos que sofrem engendraram as aflições de que se tornaram vítimas inermes. Carregam o sofrimento aspirando e exalando o gás da ira mal dissimulada com que mais se intoxicam e mais envenenam em derredor.
Pessoas aflitas esmagam-se nas paredes estreitas da usura, de que se não libertam; estertoram nas garras do ciúme que as enceguecem; desagregam-se sob os camartelos da insatisfação face aos prazeres dissolventes; transitam em sofreguidão contínua ao estridor da revolta que as agoniam; turbam-se nas densas nuvens da desesperança; tombam, desfalecidas, nas urdiduras do desânimo.
Toda aflição se fixa em raízes que devem ser extirpadas...
Aflições de vários portes conduzem ao crime de muitas denominações.
Somente a aflição resignada e confiante, de pronto receberá consolo.
A chuva que reverdece a terra crestada, em tempestade, aniquila colheitas, despedaça jardins, carcome o solo...
O repouso sensato refaz as forças; prolongado, anestesia os estímulos, entorpecendo a vontade e a ação.
Aflitos que, não obstante, em lágrimas, atendem alheio pranto; apesar de perseguidos, não se fazem perseguidores; embora sob injustiça, confiam na probidade; sem embargo, enfermos, estimam a saúde do próximo; todavia, incompreendidos, desculpam e sustentam a coragem do bem; no entanto, esfaimados, alevantam o ânimo onde se encontram; mesmo em quase alucinação, tal a monta de problemas e dificuldades, recorrem à oração refazente e à meditação renovadora – serão consolados!
Nem todos os aflitos, porém, lograrão consolação.
Há os que impõem tais ou quais medidas a fim de saciar-se; que esperam este ou aquele resultado com que pensam comprazer-se; que situam esse ou outro fator como o único pelo qual se apaziguariam; uma ou duas únicas opções para fruírem felicidade, e, entretanto, são recursos da ilicitude, quando não dos caprichos que estão sendo disciplinados pela própria aflição...
Trasladarão oportunidades, adiarão benesses, sofrerão...
Indispensável valorizar a aflição, sopesando-a com discernimento, de modo a conduzí-la às fontes inexauríveis do Evangelho em clima de serenidade, respeito e amor. Ali, todas as dores se acalmam, todas as lágrimas se enxugam, todos os aflitos são consolados.

Joanna de Ângelis

Do livro: Celeiro de Bênçãos
Psicografia: Divaldo P. Franco
Editora: LEAL

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 26/05/2010)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tal o Médium, tal a Mediunidade

“Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas.”
1 Coríntios, cap. XIV: 32.

A afirmativa de Paulo é de uma profundidade admirável. Em poucas palavras, ele define bem o papel dos médiuns nas comunicações: “Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos próprios profetas”.
Sem rodeios, o Apóstolo quis dizer que o médium atrai os espíritos com os quais se afiniza e que, de certa forma, os espíritos que por ele se expressam se lhe submetem...
Se lhe submetem ao quê?! – muitos formulariam a indagação. Sem a pretensão de uma resposta definitiva, redarguiríamos: se lhe submetem aos conhecimentos, se lhe submetem aos sentimentos, se lhe submetem aos propósitos, se lhe submetem à vontade...
É claro que os espíritos que não aceitam tal ou qual médium, procuram outro e... se lhe submetem. A recíproca igualmente é válida: o médium também está sujeito aos espíritos que por ele se expressam... Sujeito às suas intenções, sujeito aos seus anseios, sujeito à sua condição espiritual...
Vejamos que a responsabilidade do medianeiro no intercâmbio entre as duas dimensões é fundamental. O médium pode, e, infelizmente, isso é o que quase sempre acontece, distorcer a opinião do espírito, alterar o seu parecer, mudar o teor de suas palavras, forçar a sua interpretação... Têm razão os que dizem que, em determinados médiuns, fica difícil separar o que pertence a eles
Centro Espírita Léon Denis. Rua Abílio dos Santos, 137, Bento Ribeiro, RJ - RJ. CEP 21331-290. Telefax (21) 2452-1846. www.celd.org.br
Gráfica e Editora. Rua João Vicente, 1445, Bento Ribeiro, RJ - RJ. CEP 21610-210. Telefax (21) 2452-7801. www.leondenis.com.br
do que pertence aos espíritos, mas semelhante colocação nem sempre evidencia a fidelidade do médium em relação ao espírito comunicante.
É comum que médiuns, a fim de verem acatadas as opiniões que lhes são próprias, as atribuam aos espíritos, transferindo-lhes a paternidade de suas ideias...
Observemos, ainda, que a personalidade do médium pode acabar interferindo na personalidade dos espíritos, assim como a convivência de uma pessoa com outra pode influenciá-la. O médium despojado de qualquer interesse pessoal estabelecerá sintonia com espíritos de bom senso, espíritos conscientes de suas limitações e que não hesitarão em declinar seus equívocos...
Portanto, para os espíritos, é preferível um médium que seja menos médium do que um que o seja em excesso mas sem o mínimo discernimento.
Em mediunidade, o caráter do médium chega a ser mais importante que a mediunidade em si...
Sintetizando: a alma do médium atrai o espírito com o qual se compraz e por ele deixa-se empolgar nos interesses que lhes são comuns. Tal o médium, tal a mediunidade...

Odilon Fernandes

Do livro: Mediunidade e Apostolado
Psicografia: Carlos A. Baccelli
Editora: Didier

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 24/05/2010)

sábado, 22 de maio de 2010

Examinadores

Observando a Terra, do ponto de vista espiritual, podemos compará-la a imensa escola, com vários cursos educativos.
O aluno inicia o aprendizado pelo número de matrícula.
O espírito começa o grande estágio carnal pela certidão do berço.
O primeiro ingressa na classe que lhe compete.
O segundo é conduzido ao ambiente a que mais se ajusta.
Pequeninos, sorriem no jardim da infância, ensaiando ideias da vida.
Almas primitivas, na verdura da selva, adquirem noções de comportamento.
Há crianças, nas letras primárias, dominando o alfabeto.
Há irmãos, em lutas menores, penetrando os domínios da experiência.
Existem jovens, nos bancos da instrução intermediária, disputando conquistas mais altas.
Possuímos inúmeros companheiros em tarefa importante, marchando para mais elevados conhecimentos.
Contam-se, ainda, aqueles que se ergueram às instituições de ensino superior, buscando a especialização profissional ou científica, de modo a participarem da elite cultural, no progresso da humanidade.
Vemos, igualmente, corações amadurecidos, a transitarem na universidade do sofrimento, procurando as aquisições de amor e sabedoria que lhes confiram acesso ao escol da sublimação, na espiritualidade vitoriosa.
Assim, pois, se te vês no círculo das grandes aflições ou dos grandes problemas, é que já ascendeste aos centros de adestramento maior para a assimilação de virtudes excelsas.
Recebe, desse modo, os parentes difíceis e os amigos complexos, os adversários gratuitos e os irmãos desafortunados, tanto quanto aqueles que te apedrejam e ferem, perseguem e caluniam, por examinadores constantes de teu aproveitamento nas ciências da alma, por instrutores na luta cotidiana... Cada um deles, hora a hora, te examina o grau de paciência e serviço, caridade e benevolência, perdão e fé viva, bom ânimo e entendimento.
E, lembrando-te de que o próprio Cristo sofreu ironia e espancamento entre eles, no dia da cruz, asserena-te na banca de provas em que te encontras, aprendendo a valorizar, em teu próprio favor, o poder da humildade e a força da compaixão.

Emmanuel

Do livro: Religião dos Espíritos
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 22/05/2010)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Trabalho

O trabalho é a comunhão dos seres. Através dele, aproximamo-nos uns dos outros, aprendemos a nos ajudar, a nos unir; daí à fraternidade, é só um passo. A Antigüidade Romana havia desonrado o trabalho fazendo dele o quinhão do escravo. Isso explica sua esterilidade moral, sua corrupção, suas secas e frias doutrinas.

Os tempos atuais têm uma outra concepção da vida. Buscam a plenitude num labor fecundo, regenerador. A filosofia dos espíritos amplia ainda mais essa concepção, indicando-nos na lei do trabalho o princípio de todos os progressos, de todos os aperfeiçoamentos, mostrando-nos a ação dessa lei estendendo-se à universalidade dos seres e dos mundos. É por isso que estamos autorizados a dizer: Despertem, ó todos vocês, que deixam adormecer suas faculdades, suas forças latentes. De pé, mãos à obra!

Trabalhem, fecundem a terra, façam ecoar nas usinas o ruído cadenciado dos martelos e os assobios do vapor. Agitem-se na colmeia imensa. Sua obra é grande e santa. Seu trabalho é a vida, é a glória, é a paz da humanidade. Operários do pensamento, perscrutem os grandes problemas, estudem a Natureza, propaguem a Ciência, lancem, através das multidões, os escritos, as palavras que reerguem e fortificam. Que de uma extremidade à outra do mundo, unidos na obra gigantesca, cada um de nós faça esforço, a fim de contribuir para enriquecer o domínio material, intelectual e moral da humanidade!
Léon Denis
Do livro: Depois da Morte
Léon Denis – Gráfica e Editora

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 20/05/2010)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Aflições

Bendize a dificuldade e a incompreensão, no caminho por onde jornadeias com outras almas.
Aflige-se a avezita na casca estreita do ovo que a gerou para defrontar horizontes infinitos.
Aflige-se o embrião humilde na semente vencida para agigantar-se na superfície da terra.
Aflige-se o filete de água, esguichando pela frincha da rocha para correr na várzea ampla.
Aflige-se o botão de rosa dobrado sobre si mesmo, desejando arrebentar-se em perfume para espalhar-se na amplidão.
Aflige-se a lagarta imobilizada na histólise para que a borboleta colorida flutue na leve manhã primaveril.
Aflige-se a alma no casulo da carne para alçar-se aos horizontes da vida imperecível.
No entanto, é necessário examinar em profundidade a própria aflição.
Há aflição que traduz vida e elevação.
Aflição para partir os elos que atam o espírito ao crime, ensejando liberdade.
Aflição para acender luz no íntimo, propiciando claridade.
Aflição em comunicar a verdade, felicitando corações.
Aflição para esquecer o mal, criando serenidade e alegria.
Aflição para vencer dificuldades, movimentando programas de ação edificante.
Aflição pelo sábio aproveitamento do tempo, valorizando a bênção das horas...
... E aflição que expressa insânia e morte.
Aflição por liberdade que é libertinagem.
Aflição por gozo que destrói a paz interior.
Aflição por amor que representa paixão animalizante.
Aflição por dinheiro que é penitenciária dourada.
Aflição pelo poder que se transforma em loucura.
Aflição por glórias que se fazem cumplicidade com o crime.
Aflição por honrarias enganosas que se cristalizam em ridículo e farsa.
Aflição no ódio que se faz veneno letal.
Aflitos e afligidos.
Aflitos em busca de paz.
Afligidos pelos tormentos da morte.
Almas atormentadas e espíritos sedentos de luz sempre os houve.
Com Jesus aprendemos a libertar-nos de todos os tormentos e suportar todas as aflições...
Conserva a tua paz quando a aflição do mundo te convocar ao mundo dos desequilibrados, e persevera lutando pela conquista dos tesouros inalienáveis do reino de Deus...
Vitorioso, por fim, constatarás, deslumbrado, quando fruíres a paz que dEle emana, o galardão da imortalidade, confirmando o inesquecível encunciado:
“Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados.”

Joanna de Ângelis

Do livro: Messe de Amor
Psicografia: Divaldo P. Franco
Editora: LEAL

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 19/05/2010)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Diversidades do Médium

Precisamos entender a utilidade de cada faculdade mediúnica com as suas características; de entender que os espíritos se prevalecem do psiquismo do médium, dos seus anseios, dos seus desejos inconscientes, se prevalecem até da doença do medianeiro, dos seus conflitos mais íntimos, muitos dos quais os médiuns ocultam de si mesmos, para falarem, para ouvirem, para obterem o que carecem e possam, evidentemente, seguir adiante.

Entendamos cada médium como uma peça importante... Temos os médiuns que trabalham na recepção de livros, médiuns que recebem comunicados para uma determinada faixa de criaturas, outros que os interpretam para diversos níveis de entendimento. Os médiuns que estão no primeiro degrau da escada falam aos homens que estão no primeiro degrau, trabalhando com os espíritos que estão no primeiro degrau e, assim, sucessivamente... O médico não cumpre as funções do enfermeiro e o enfermeiro não está habilitado para cumprir as funções do médico. É o que acontece em todas as áreas, em todas as profissões: todos são importantes e as características mediúnicas diversas formam um todo homogêneo, para que uma reunião como esta funcione a contento e para que tenhamos aqui espíritos que foram, quando encarnados, assassinados barbaramente, dementados, que cometeram suicídio, que desconsideraram o assunto da religião, que se desvairaram, que não cogitavam de si mesmos na experiência anímica...

O médium, a mediunidade e o espírito seriam, comparando a grosso modo, como o homem, o tamanho do seu pé e o calçado que se lhe ajusta...
Entendamos assim, para que nos valorizemos e saibamos respeitar os medianeiros que atuam fora do ambiente espírita: os medianeiros ousados, os médiuns, quase sempre, sem a devida orientação doutrinária, aqueles que operam nos terreiros, nos templos onde o misticismo prevalece, o excesso de fanatismo...

Que o Senhor nos conceda uma visão ampla e solidária da mediunidade, para que possamos crescer dentro da nossa própria condição mediúnica, nos educando sem perder a originalidade e a espontaneidade que conferem à faculdade mediúnica “beleza e graça”...

Odilon Fernandes

Do livro: Falando de Mediunidade
Psicografia: Carlos A. Baccelli
Editora: Didier

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 17/05/2010)

sábado, 15 de maio de 2010

Sensações Além-tumulo

Não olvides que a morte do corpo denso reintegrar-te-á no patrimônio de emoções que amealhas-te a benefício ou em desfavor de ti mesmo.

Agora que te confias à multiplicidade de ideias e sonhos, anseios e impressões, no campo da própria alma, a dividir-se através dos sentidos que te compõem o mundo sensorial, és qual fonte de vida a espraiar-se no solo da experiência; entretanto, amanhã, serás a síntese de ti próprio, na justa aferição dos valores que a providência te conferiu.

Se o Bem te preside a jornada, decerto, sob o amparo da lei, receberás do Senhor novos mandatos de serviço em consonância com os teus ideais, porque no culto do dever retamente cumprido, todas as criaturas ascendem verticalmente a novos quadros evolutivos.

Mas, se encarceras o espírito nos enganos da sombra, não esperes que a ausência da teia física se te faça, mais tarde, equilíbrio e libertação, de vez que a lei, ciosa de seus princípios, guardar-te-á nos resultados de tuas próprias ações, compelindo-te a restaurar os fios do destino, associando-os aos propósitos do pai excelso.

É por isso que as sensações além-túmulo representam o retrato positivo das imagens que criamos no laboratório da existência física, determinando, segundo a lição do Mestre, que o fruto de nossos desejos esteja à nossa espera, onde guardamos o coração.

Não te esqueças de que a alegria do céu e os tormentos do inferno começam, invariavelmente, em nós próprios, plasmando em derredor de nós mesmos o flagelo das paixões destruidoras que houvermos abraçado no convívio deliberado da sombra, ou no brilho do Bem, a que tivermos empenhado as nossas melhores forças, no sacrifício incessante pela vitória da luz.

Emmanuel

Do livro: Sentinelas da Luz
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: CEUVisite

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 15/05/2010)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Egoísmo

Não haverá, pois, paz entre os homens, não haverá segurança, felicidade social, enquanto o egoísmo não for vencido, enquanto os privilégios, as desigualdades chocantes não desaparecerem e cada um participar, na medida do seu trabalho e dos seus méritos, no bem-estar de todos. Não pode haver nem paz nem harmonia sem a justiça. Enquanto o egoísmo de uns se nutrir dos sofrimentos e das lágrimas dos outros, enquanto as exigências do eu abafarem a voz do dever, o ódio dividirá os espíritos, tempestades preparar-se-ão, secretamente, no seio das sociedades.

Graças, porém, ao conhecimento do nosso futuro, a ideia de solidariedade acabará por prevalecer. A lei do retorno à carne, a necessidade de renascer em condições modestas, serão outros tantos aguilhões que reprimirão o egoísmo. Diante dessas perspectivas, o sentimento exagerado da personalidade atenuar-se-á para nos dar uma noção mais exata do nosso lugar e do nosso papel no Universo. Sabendo-nos ligados a todas as almas, solidários no seu adiantamento e felicidade, interessar-nos-emos mais pela sua situação, seus progressos, seus trabalhos. À medida que esse sentimento for se espalhando pelo mundo, as instituições, as relações sociais melhorarão; a fraternidade, essa palavra banal repetida por tantas bocas, descerá até os corações e tornar-se-á uma realidade. Nós nos sentiremos viver nos outros, desfrutaremos de suas alegrias e sofreremos pelos seus males. Não haverá mais, então, um só lamento sem eco, uma só dor sem consolação. A grande família humana, forte, pacífica, unida, avançará com passo mais rápido em direção aos seus magníficos destinos.

Léon Denis

Do livro: Depois da Morte
Léon Denis – Gráfica e Editora

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 13/05/2010)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Afliges-te

Afliges-te com a vizinhança do parente menos simpático.
Esqueces-te, no entanto, dos que vagueiam sem rumo.
Afliges-te com leve dor de cabeça que o remédio alivia.
Esqueces-te, porém, dos que carregam a provação da loucura na grade dos manicômios.
Afliges-te por perder a condução, no momento oportuno.
Esqueces-te, entretanto, dos que jazem detidos em catres de sofrimento, suspirando pelo conforto de se arrastarem.
Afliges-te pelo erro sanável da costureira, na vestimenta que encomendaste.
Esqueces-te, contudo, daqueles que ostentam a pele ultrajada de chagas, sem se queixarem.
Afliges-te em casa porque alguém te não fez o prato de preferência.
Esqueces-te, todavia, dos que varam a noite, atormentados de fome.
Afliges-te com as travessuras do filhinho desajustado.
Esqueces-te, contudo, das crianças perdidas, ao sabor da intempérie.
Afliges-te, por insignificantes deveres no ambiente doméstico.
Esqueces-te, porém, dos que choram sozinhos, no leito dos hospitais.
Afliges-te, tantas vezes, por bagatelas!...
Fita, no entanto, a retaguarda e, reparando as aflições dos outros, agradecerás ao Senhor a própria felicidade que não conseguias ver.

Emmanuel

Do livro: O Espírito da Verdade
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 12/05/2010)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Características do Médium

Não é o médium que nasce da mediunidade, mas, sim, o contrário. A faculdade mediúnica procede do médium, como o fruto procede da árvore que o produziu.

Médium e mediunidade necessitam, pois, trabalhar de maneira ajustada. Se os espíritos distorcerem as faculdades do medianeiro, elas se manifestarão de forma anômala, fugindo às características com que devem operar com proveito; se o médium abdicar de seu perfil psicológico para adotar um que lhe seja estranho, copiando atitudes e, sobretudo, incorporando ideias e palavras que não lhe são habituais à maneira de expressar-se, a mediunidade se lhe comparará à imagem distorcida de um espelho...

Em mediunidade, convém que se observe especialmente a questão do regionalismo... Quanto mais abrangente em seu raio de ação, mais universais as características da mediunidade. Por exemplo, o que Jesus falou na Galiléia soa inequívoco em todos os idiomas; a sua é uma palavra perfeitamente assimilável por todos os povos, em todas as épocas... A Codificação Espírita, traduzida hoje para diversas nações, veicula a verdade como se, em um novo fenômeno de Pentecostes, possibilitasse a cada nação recebê-la em sua própria língua...

O médium, na medida do possível, deve ter a preocupação de universalizar as suas faculdades, tornando-as acessíveis a todo e qualquer entendimento. Em mediunidade, o elitismo do pensamento necessita ser combatido com determinação. A forma com que a mediunidade se expressa, pode torná-la ao alcance de apenas um pequeno número de pessoas, limitando a sua benéfica influência espiritual. E o que se deseja não é isto...

No médium, mediunidade deve ser uma espécie de lago que, aos poucos, vai aumentando as suas margens e, consequentemente, crescendo em profundidade. O medianeiro que sempre tiver esta preocupação consigo possibilitará que a espiritualidade realize excelente trabalho por seu intermédio.

Regionalizar a mediunidade, significa limitá-la, fugir às características naturais com que ela se apresente no médium, forçando-a por um caminho que não é o seu. O mundo do médium disposto a cooperar com Jesus, na obra de espiritualização das criaturas, não pode ter fronteiras estabelecidas pelo egoísmo. Quanto mais aberto o espírito do medianeiro, maior a abertura do leque de suas possibilidades mediúnicas.

Portanto, conservando as suas características, que o sensitivo se universalize. Se o médium cresce com a mediunidade, a mediunidade cresce com o médium. Se o médium não cresce, mesmo tendo nascido grande, a mediunidade se apequena!...

Odilon Fernandes

Do livro: Conversando com os Médiuns
Psicografia: Carlos A. Baccelli
Editora: LEEPP

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 10/05/2010)

sábado, 8 de maio de 2010

Anjos Desconhecidos

Há guardiães espirituais que te apoiam a existência no plano físico e há tutores da alma que te protegem a vida mesmo na Terra.

Frequentemente, centralizas a atenção nos poderosos do dia, sem ver os companheiros anônimos que te ajudam na garantia do pão. Admiras os artistas renomados que dominam os cartazes da imprensa e esqueces facilmente os braços humildes que te auxiliam a plasmar, no santuário da própria alma, as obras-primas da esperança e da paciência. Aplaudes os heróis e tribunos que se agigantam nas praças; todavia, não te recordas daqueles que te sustentaram a infância, de modo a desfrutares as oportunidades que hoje te felicitam. Ouves, em êxtase, a biografia de vultos famosos e quase nunca te dispões a conhecer a grandeza silenciosa de muitos daqueles que te rodeiam, na intimidade doméstica, invariavelmente dispostos a te estenderem generosidade e carinho.

Homenageia, sim, os que te acenam dos pedestais que conquistaram, merecidamente, à custa de inteligência e trabalho; contudo, reverencia também aqueles que talvez nada te falem e que muito fizeram e ainda fazem por ti, muitas vezes ao preço de sacrifícios pungentes.

São eles pais e mães que te guardaram o berço, professores que te clarearam o entendimento, amigos que te guiaram à fé e irmãos que te ensinaram a confiar e servir... Vários deles jazem agora, na retaguarda, acabrunhados e encanecidos, experimentando agoniada carência de afeto ou sentindo o frio do entardecer; alguns prosseguem obscuros e devotados, no amparo às gerações que retomam a lide terrestre, enquanto outros muitos, embora enrugados e padecentes, quais cireneus do caminho, carregam as cruzes dos semelhantes.

Pensa nesses anjos desconhecidos que se ocultam na armadura da carne, e, de quando em quando, unge-lhes o coração de reconhecimento e alegria. Para isso, não desejam transfigurar-se em fardos nos teus ombros. Quase sempre, esperam de ti, simplesmente, leve migalha das sobras que atiras pela janela ou uma frase de estímulo, uma prece ou uma flor.

Emmanuel

Do livro: Justiça Divina
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 08/05/2010)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Vontade

Não é consolador e belo poder dizer: Sou uma inteligência e uma vontade livres; a mim mesmo me fiz, inconscientemente, através das idades; edifiquei lentamente minha individualidade e liberdade, e agora conheço a grandeza e a força que há em mim. Amparar-me-ei nelas; não deixarei que uma simples dúvida as empane por um instante sequer e, fazendo uso delas com o auxílio de Deus e de meus irmãos do Espaço, elevar-me-ei acima de todas as dificuldades; vencerei o mal em mim; desapegar-me-ei de tudo o que me acorrenta às coisas grosseiras para levantar o voo para os mundos felizes!

Vejo claramente o caminho que se desenrola e que tenho de percorrer. Este caminho atravessa a extensão ilimitada e não tem fim; mas, para guiar-me na Estrada Infinita, tenho um guia seguro – a compreensão da lei de vida, progresso e amor que rege todas as coisas; aprendi a conhecer-me, a crer em mim e em Deus. Possuo, pois, a chave de toda elevação e, na vida imensa que tenho diante de mim, conservar-me-ei firme, inabalável na vontade de enobrecer-me e elevar-me, cada vez mais; atrairei, com o auxílio de minha inteligência, que é filha de Deus, todas as riquezas morais e participarei de todas as maravilhas do Cosmo.

Léon Denis

Do livro: O Problema do Ser, do Destino e da Dor
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 06/05/2010)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Necessidade da Reencarnação

“As lutas têm sido cruéis. Dificuldades me assinalam os passos em todo lugar. Sofro em demasia.” – Clamam, com irreflexão, aqueles que jornadeiam, desatentos, a trilha evolutiva.

“Acompanho a marcha do progresso e constato que o êxito a coroar tantas cabeças não me alcança. Creio que em breve desistirei da luta.” – Rebelam-se os companheiros do labor diário, em pleno campo redentor.
“Fracassos me seguem nos melhores empreendimentos, conduzindo-me a desespero infrene. A dor é comensal dos meus dias. Que fazer?” – Refletem, de mente desalinhada, os que se distanciam da fé racional e se consomem em interrogações aflitivas.

No entanto, todos esses que seguem, sob aparente amargura, aprendem na enxerga da aflição a valorizar os tesouros divinos que malbarataram por leviandade ou loucura. Recomeçam pelos sítios em que desertaram da vida, fixando experiências que a rebeldia, mal contida, ainda hoje transforma em novos cardos a se lhe cravarem nos tecidos sutis da alma.

Tem paciência diante da aflição punitiva ou libertadora. Não te recolhas à análise deprimente dos fatos ou das oportunidades. Enquanto contabilizas desditas, olvidas a claridade estelar espargindo luminosidade, seja durante o dia, seja na escuridade da noite.

Tudo são lições. O desgosto de agora transformar-se-á em proveitosa experiência de amanhã.

Caminho percorrido – local identificado.

Afervora-te ao exame do trabalho sem a desarmonia ansiosa dos resultados que temes. O que hoje parece insucesso logo mais se converterá em dadivoso bem.

Joanna de Ângelis

Do livro: Lampadário Espírita
Psicografia: Divaldo P. Franco
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 05/05/2010)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A Um e a Outro

“... a outro, no mesmo espírito, fé; e a outro, no mesmo espírito, dons de curar...” 1 Coríntios, cap. 12:9.

Paulo, em sua epístola aos coríntios, revela-se profundo conhecedor da mediunidade, que, aos tempos do Evangelho nascente, era apanágio dos cristãos, os quais, em suas reuniões, recebiam a palavra daqueles que os haviam antecedido nos caminhos de além-túmulo...

Ele mesmo, portador de várias faculdades medianímicas, instruía os companheiros no exercício de seus carismas para que deles soubessem obter o máximo proveito.

Afirmava que a mediunidade em si é o mesmo sentido em todos, manifestando-se, porém, em cada um de acordo com as suas possibilidades, à semelhança da luz, nos variados matizes em que se revela.

Convencionou-se dar mais ênfase ao trabalho do médium escritor ou pintor; todavia, perante o mundo espiritual, toda mediunidade exercida com responsabilidade é igualmente valorizada; aliás, melhor que se seja anônimo médium passista no atendimento sincero às dores do próximo, do que conhecido psicógrafo personalista, distante do sofrimento alheio...

Conhecemos médiuns que, tidos por expoentes do Movimento, não passam de companheiros que espiritualmente oscilam entre a sombra e a luz... Capazes de grandes feitos, igualmente o são de atos medíocres. Canais receptivos da inspiração superior, por incrível que pareça, conseguem, ao mesmo tempo, ser intérpretes das paixões nas quais ainda se comprazem, servindo de “pasto” para os desencarnados que lhes vampirizam as energias.

As nossas palavras não objetivam senão alertar para o estado de indigência espiritual em que os homens vivem na Terra, orbe, sem dúvida, onde se congregam espíritos que somente agora abandonam a sua condição larvária, lentamente ascendendo na direção da Luz...

Sem que desejemos nos exceder em nossas considerações, interpretemos ainda a assertiva de Paulo aos coríntios no sentido de que é perfeitamente possível que um mesmo espírito opere de maneira diferente, através de instrumentos diferentes, por exemplo escrevendo por um e curando por outro, valendo-se, é claro, do polimorfismo de suas aptidões. Apenas no sentido de clarear um pouco mais o que afirmamos, é lógico que quem não consiga empreender determinada viagem de avião o faça de automóvel, de locomotiva ou de carroça, de acordo com o veículo que tenha à disposição.

Odilon Fernandes

Do livro: Mediunidade e Apostolado
Psicografia: Carlos A. Baccelli
Editora: Didier

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 03/05/2010)

sábado, 1 de maio de 2010

Percepções

Falando-se de sensações no mundo espiritual, deve-se pensar na emoção com que muitos espíritos se veem a braços, quando estão diante de amigos que ficaram na Terra. Referimo-nos àqueles que durante muitos anos, distanciados das vibrações próximas do chão, ao retornar em visita, observam a mudança de vibrações do ambiente em que viveram.

Alguns espíritos passam a enxergar sob outro ângulo os seus amigos a respeito dos quais tinham um certo tipo de ideia, e os veem em lutas com seus problemas, suas dificuldades e em algumas vezes até mesmo em quedas. Outros espíritos, distantes muitos séculos de lutas terrenas, têm que voltar pelo processo da reencarnação e sentem o choque vibracional que os caracteriza muito bem.

Todas essas sensações são controladas pela vontade, pelo amor, pelo sentimento de elevação que o espírito traz em si; mas a verdade é que muitos daqueles que visitam a Terra sentem verdadeiros choques vibracionais, precisando alguns, mesmo, passar por período de adaptação, para poderem mergulhar no fluido dos encarnados.

Essa dificuldade é compreensível. A Terra, com suas emoções violentas, com a sua própria condição de mundo de luta, com o seu trabalho tão materializado ainda, cria condições às vezes adversas para espíritos elevados.

É certo que o estado atual do planeta é passageiro, e que um dia todos respiraremos em clima identificado com o bem; mas enquanto isso não se dá, a Terra é um mundo que assusta aquelas almas mais elevadas. Por isso mesmo, essas percepções, tão claras para eles e tão imperceptíveis para o homem terreno, um dia serão gradualmente transformadas em percepções adaptadas a um estágio superior; isto porque a Terra ascenderá, e nós, os que estamos aqui lutando ou aqueles que estão encarnados aqui também, todos devemos criar as melhores condições mentais, psíquicas e psicológicas para que o clima mental melhore e acabe fazendo com que as criaturas elevadas não se sintam mal em aqui chegando.

Que cada um entenda isso e se coloque numa posição de muita determinação: determinação de criar um clima de harmonia para todos os instantes de sua vida. O silêncio, a oração, o cultivo do belo, os sentimentos purificados, a melhoria dos ideais, são alguns dos pontos que o homem deverá utilizar como medida de correção de seu próprio destino.

Que Deus nos ajude, abençoe e proteja a todos! Muita paz!

Hermann

Do livro: Palavras do Coração, vol. 2
Psicografia: Altivo C. Pamphiro
Léon Denis – Gráfica e Editora

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 01/05/2010)