sábado, 31 de julho de 2010

Alienação Mental

Enquanto o vício se nos reflete no corpo, os abusos da consciência se nos estampam na alma, segundo a modalidade de nossos desregramentos.
É assim que atravessamos as cinzas da morte, em perigoso desequilíbrio da mente, quantos se consagraram no mundo à crueldade e à injustiça, furtando a segurança e a felicidade dos outros.
Fazedores de guerra que depravaram a confiança do povo com peçonhento apetite de sangue e ouro, legisladores despóticos que perverteram a autoridade, magnatas do comércio que segregaram o pão, agravando a penúria do próximo, profissionais do Direito que buscaram torturar a verdade em proveito do crime, expoentes da usura que trancafiaram a riqueza coletiva necessária ao progresso, artistas que venderam a sensibilidade e a cultura, degradando os sentimentos da multidão, e homens e mulheres que trocaram o templo do lar pelas aventuras da deserção, acabando no suicídio ou na delinquência, encarceram-se nos vórtices da loucura, penetrando, depois, na vida espiritual como fantasmas de arrependimento e remorso, arrastando consigo as telas horripilantes da culpa em que se lhes agregam os pensamentos.
E a única terapêutica de semelhantes doentes é a volta aos berços de sombra em que, através da reencarnação redentora, ressurgem no vaso físico — cela preciosa de tratamento —, na condição de crianças-problema em dolorosas perturbações.
Todos vós, desse modo, que recebestes no lar anjos tristes, no eclipse da razão, conchegai-os com paciência e ternura, porquanto são, quase sempre, laços enfermos de nosso próprio passado, inteligências que decerto auxiliamos irrefletidamente a perder e que, hoje, retornam à concha de nossos braços, esmolando entendimento e carinho, para que se refaçam, na clausura da inibição e da idiotia, para a bênção da liberdade e para a glória da luz.
Emmanuel
Do livro: Religião dos Espíritos. FEB
Psicografia: Francisco C. Xavier

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 22/07/2010)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Caridade

A caridade tem outras formas que não a solicitude pelos desgraçados. A caridade material, ou a beneficência, pode se aplicar a um certo número de nossos semelhantes, sob a forma de socorro, de sustentação, de encorajamento. A caridade moral deve se estender a todos aqueles que partilham da nossa vida nesse mundo. Ela não consiste mais em esmolas, mas numa benevolência que deve envolver todos os homens, do mais virtuoso ao mais criminoso, e regular nossas relações com eles. Essa caridade, todos podemos praticá-la, por mais modesta que seja nossa condição.
A verdadeira caridade é paciente e indulgente. Não magoa, não desdenha a ninguém, é tolerante, e se procura dissuadir, é com doçura, sem machucar nem atacar as ideias enraizadas.
Entretanto, essa virtude é rara. Um certo fundo de egoísmo nos leva muito mais a observar, a criticar os defeitos do próximo, enquanto nos cegamos para com os nossos. Mesmo que haja em nós tantos defeitos, empregamos voluntariamente nossa sagacidade para fazer sobressair os defeitos dos nossos semelhantes. Por isso, não há verdadeira superioridade moral sem a caridade e a modéstia. Não temos o direito de condenar nos outros faltas a que nós mesmos estamos expostos; e, embora nossa elevação moral nos tenha libertado dessas fraquezas para sempre, não devemos esquecer de que houve um tempo em que nos debatíamos contra a paixão e o vício.
Há poucos homens que não têm maus hábitos a corrigir, deploráveis pendores a reformar. Lembremo-nos de que seremos julgados com a mesma medida que nos tenha servido para medir nossos semelhantes. As opiniões que temos deles são quase sempre um reflexo da nossa própria natureza. Sejamos mais prontos em desculpar do que em censurar.

Léon Denis

Do livro: Depois da Morte. CELD

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 29/07/2010)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Prejuízos e Vantagens

Quem assestar a observação pessoal em torno de si, descobrirá que o mundo se constitui de recantos multifaces, atraindo reflexões, qual se os olhos fossem caleidoscópios para visões de profundidade nos domínios da alma.
De trecho a trecho, um quadro sugerindo meditações:
O campo cultivado, embora a rudeza do solo.
O charco absorvendo considerável extensão de terra boa.
O jardim florindo, conquanto, às vezes, adubado a detritos.
O espinheiro deitando acúleos sobre a gleba fértil.
A casa singela de quatro aposentos, em muitas ocasiões, aguentando mais de vinte pessoas.
O edifício de formação enorme, superlotado de comodidades, carregando apenas dois a três habitantes.
A árvore sacrificada pela influência de parasitos e ofertando frutos em todas as direções.
O tronco opulento, rico de galharia, a revestir-se de beleza sem a mínima utilidade.
A fonte distribuindo benefícios, apesar de movimentar-se entre montões de pedras e areia.
O repuxo multicolorido que impressiona a vista sem saciar a sede, posto que situado no reconforto da praça pública.
Do mesmo modo encontramos o mundo moral em que respiramos.
Cada criatura é recanto vivo nos planos da consciência.
Muitos se queixam de imperfeições e dificuldades; inúmeros não enxergam as oportunidades e os talentos que usufruem.
Se todos temos empeços, todos igualmente desfrutamos vantagens.
Uns, possuindo vastos recursos, ocasionam prejuízos sem conta; outros, cercados de obstáculos, produzem valores imperecíveis.
Dirijamos as lentes do estudo desapaixonado sobre nós mesmos e perceberemos, de imediato, o que realmente somos e o que podemos ser, em matéria de bem ou mal, para os outros, na ordem da vida, tudo dependendo da aplicação de nosso livre-arbítrio.

André Luiz

Do livro: Sol das Almas. CEC
Psicografia: Waldo Vieira

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 28/07/2010)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Na Falta de Outro Médium

...às vezes, na falta de um médium melhor preparado, os espíritos que necessitam comunicar-se servem-se do medianeiro que encontram disponível, mesmo com suas limitações.
As comunicações esporádicas dos espíritos esclarecidos através dos médiuns iniciantes ou imperfeitos têm ainda o objetivo de incentivá-los no desenvolvimento de suas faculdades, tanto quanto no seu progresso espiritual.
Os espíritos sentem-se mais felizes com o concurso de um médium de boa vontade, em que pese as suas deficiências mediúnicas, do que com um médium de maiores recursos, mas emocionalmente instável.
O esforço de um médium limitado mediunicamente pode levá-lo a superar-se.
Muitos estranham que os Espíritos superiores se valham de médiuns despreparados intelectualmente, em seu intercâmbio com os homens... Ora, de que valeria a eles um médium intelectualizado que não deseja trabalhar?! Como é que eles poderiam utilizar-se de um sensitivo que duvida de suas possibilidades, criando obstáculos mentais quase que irremovíveis para eles?!...
Há quem questione os espíritos amigos acerca da razão de não procurarem eles o concurso mediúnico dos homens de Ciência... Mas como obter sintonia, com quem sequer admite a possibilidade da sobrevivência da alma?! A violência não consta das Leis de Deus.
Quanto maior a disposição do médium em cooperar conscientemente conosco, maior a nossa capacidade de atuação, porque não nos é possível trabalhar com médium inconsciente por um tempo muito longo, de vez que não temos o direito de nos “apossar” da mente e da vida de quem quer que seja, para colocá-lo integralmente a nosso serviço.
Mesmo o médium que mais se doa a nós outros, os desencarnados, tem o direito de viver a vida que lhe pertence e não podemos anulá-lo em seus anseios e aspirações pessoais.
Se a Lei de Deus permitisse, espíritos existem que outra coisa não fariam, no Além, que manter contato com os homens... Ora, por que não o fizeram enquanto estavam a caminho?!...
Lidando com a mediunidade, meditemos na responsabilidade que abraçamos e procuremos agir sempre com o bom senso necessário.
A mediunidade em si não possui regras rígidas em que se apóie, mas a sua utilização está diretamente relacionada com determinados preceitos de moral, aos quais médium algum se furtará, se efetivamente deseja tê-la como instrumento de aperfeiçoamento espiritual.

Odilon Fernandes

Do livro: Somos todos Médiuns. Didier
Psicografia: Carlos A. Baccelli


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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 26/07/2010)

sábado, 24 de julho de 2010

Corpo Físico

Alguns daqueles que abordam a luz renovadora dos princípios espíritas, deslumbram-se diante das perspectivas do Universo, enternecem-se com as revelações da imortalidade, capacitam-se da grandeza da vida e, quase sem perceber, se alheiam do corpo físico que lhes serve de bendito instrumento ao desempenho de valiosos encargos na estância terrestre. Há mesmo quem chegue a desprezá-lo, no pressuposto de que semelhante comportamento lhes abrevia o trabalho de burilamento moral.
Simples ilusão dos que se ausentam da lógica que orienta os processos da Natureza.
Antes que o pão abrilhante a mesa, o trigo que lhe deu forma passou pelo claustro materno da terra benfazeja, a fim de constituir-se.
No mesmo sentido, que adiantaria ao aluno de letras primárias frequentar a universidade, claramente sem base para assimilar as lições dos cursos superiores?
A cela física, nas escolas do planeta, é a carteira de estudo ou o cubículo de retificação que nos patrocina o progresso. Abençoá-la, conservá-la, auxiliá-la e preservá-la, através de hábitos baseados em equilíbrio e retidão, nos quais os recursos da existência sejam usados sem excessos, é simples dever.
Geralmente, muitos de nós somente nos apercebemos da preciosidade de uma bênção depois que essa mesma bênção nos escapa das mãos.
É assim que, muito comumente, apenas quando caímos na enfermidade irreversível ou após ultrapassar as fronteiras da desencarnação é que atribuímos ao corpo físico a importância de que ele se reveste.
Não esperes o sofrimento para bendizer a felicidade perdida.
Trabalha, realiza, procura o bem e aperfeiçoa-te agora.
É pelo corpo físico que entesouramos experiências de subido valor para a eternidade.
Ampara teu corpo para que teu corpo te ampare. Se robusto, não lhe dissipes em vão as energias e agradece-lhe o equilíbrio de que desfrutas. Se doente ou mutilado, defeituoso ou inibido, agradece-lhe o ensejo de reajuste.
Teu corpo é o livro em que aprendes na escola da vida. Não lhe fujas ao apoio do trabalho nem à luz da lição.

Emmanuel

Do livro: No Portal da Luz. IDE
Psicografia: Francisco C. Xavier

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 24/07/2010)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pobreza

Quando o espírito não se sente suficientemente armado contra as seduções da riqueza, deve afastar-se dessa prova perigosa, procurar, de preferência, uma vida simples, longe das vertigens da fortuna e da grandeza. Se, apesar de tudo, a sorte o destina a ocupar um lugar mais elevado nesse mundo, não deve se regozijar, pois sua responsabilidade e seus deveres serão muito mais extensos. Colocado nas fileiras inferiores da sociedade, não deve se ruborecer jamais. O papel dos humildes é o mais meritório; são eles que suportam todo o peso da civilização; é do seu trabalho que vive e se alimenta a humanidade. O pobre deve ser sagrado para todos, pois foi pobre que Jesus quis nascer e morrer; foi a pobreza que escolheram Epiteto, Francisco de Assis, Miguel Ângelo, Vicente de Paulo e tantos nobres espíritos que viveram nesse mundo. Eles sabem que o trabalho, as privações, o sofrimento desenvolvem as forças viris da alma, enquanto que a prosperidade as diminui. No desapego das coisas humanas, uns encontram a santificação, outros a potência que faz o gênio.
A pobreza nos ensina a nos compadecermos dos males dos outros, fazendo-nos melhor compreendê-los; ela nos une a todos aqueles que sofrem; valoriza mil coisas indiferentes para os que são felizes. Aqueles que não conheceram suas lições ignorarão sempre um dos lados mais comoventes da vida.
Não invejemos os ricos, cujo esplendor aparente esconde tantas misérias morais. Não nos esqueçamos de que sob o cilício da pobreza escondem-se as virtudes mais sublimes, a abnegação, o espírito de sacrifício. Não nos esqueçamos também de que é pelos labores e o sangue, pela imolação contínua dos pequenos, que as sociedades vivem, defendem-se e renovam-se.

Léon Denis

Do livro: Depois da Morte. CELD

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 22/07/2010)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cada Erro uma Lição

Pela graça infinita de Deus, paz!
Balthazar, pela graça de Deus.
Quantas vezes nos colocamos diante do Senhor da vida e dizemos a ele que pretendemos mudar nossos hábitos, nossas palavras, nossos sentimentos, enfim. E quantas vezes temos falhado no cumprimento da promessa!
A Lei de Deus estabelece para nós que à medida que nos afastamos do cumprimento da mesma, que nos desviamos das vibrações equilibradas da Lei, sentimos os reflexos desse afastamento. Quando nos afastamos do bem, resvalamos para as faixas do desequilíbrio, da desarmonia, que nos levam ao mal. Quando nos afastamos do equilíbrio, voltamos as nossas mentes e sentimentos para a desarmonia psíquica, para o sofrimento. Assim, à medida que nos afastamos do bem, resvalamos das direções elevadas, resvalamos para o lado contrário, para o mal.
Aos olhos de muitos, isso parecerá um contrassenso, mas é a realidade do homem, em sua trajetória infinita na busca do equilíbrio e da evolução.
Há quem pense que tal atitude não pode vir de Deus, uma vez que provoca dor e sofrimento; mas se pensarmos corretamente nas atitudes que tomamos e nos resultados imediatos de tais atitudes, veremos que Deus nos corrige pelo próprio erro que cometemos. É o próprio erro que nos faz reconhecer que erramos.
Assim, resvalando para as faixas do fanatismo, o homem encontrará a dor dos fanáticos, ou seja, sentirá exatamente o que os fanáticos produzem em si mesmos; aqueles que se identificarem com gestos dominadores encontrarão criaturas que também reagirão com sentimento de força, de domínio; o psiquismo desencontrado, afastado do equilíbrio, encontrará somente perturbações e obsessões em derredor.
Disse-nos Jesus que deveríamos seguir o caminho que leva ao Pai, mostrando, por isso mesmo, que todos nós temos um roteiro a ser seguido e que esse roteiro equilibrado nos mantém nas faixas do equilíbrio. Se dele nos desviarmos, encontraremos o mal, e este trará, por sua vez, o remédio que há de nos fazer retornar às faixas da harmonia, que levarão à paz e consequentemente a Deus.
Aprendamos, portanto, a ver no que sofremos o resultado do que plantamos e busquemos considerar a vida de forma equilibrada.
Trabalhemos sempre pelo equilíbrio e pela paz.
Que Deus nos abençoe, nos conduza e nos proteja, hoje e sempre!
Balthazar, pela graça infinita de Deus.
Paz!

Do livro: Pela Graça Infinita de Deus, vol. 1. CELD
Psicofonia: Altivo C. Pamphiro

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 21/07/2010)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

As qualidades do médium

...a mediunidade em si relaciona-se com o organismo, conforme os próprios espíritos disseram a Kardec.
Um corpo debilitado cerceará ao médium o exercício da mediunidade, de maneira parcial ou total.
Não é por outro motivo que, de maneira geral, com o avanço da idade física, a tendência do médium é sentir-se mediunicamente limitado, o que é compreensível.
Mas de que valerá um médium em forma, do ponto de vista físico, se ele não o estiver do ponto de vista moral?!
De que serve o instrumento musical nas mãos de quem não se encontra apto para manejá-lo, extraindo dele o que é capaz de produzir?!
Tão ou mais importante que ser bom médium é ser médium bom.
Um bom médium poderá ter uma faculdade belíssima, mas somente um médium bom contará com o aval da Espiritualidade superior.
Um médium jovem e robusto talvez não consiga executar a tarefa de um médium idoso e doente.
As qualidades morais do médium são indispensáveis.
Os espíritos, se necessário, poderão até se esforçar no sentido de suprir no médium determinadas limitações físicas, mas não poderão fazer o mesmo no que se refere às suas limitações de ordem moral.
Se um bom médium é facilmente encontrável, um médium bom é raridade.
Quantos médiuns existem que não desejam assumir compromissos com a mediunidade?! Quantos bons médiuns se perdem no turbilhão das exigências do mundo, excessivamente envolvidos nas transações da vida material?!
O ideal da mediunidade é que o bom médium seja um médium bom. Quando os espíritos conseguem encontrar em um só medianeiro estas duas condições reunidas, eles conseguem a realização de verdadeiros prodígios...
É claro que, quando falamos em bom médium e médium bom, não podemos nos esquecer de falar em bom espírito e espírito bom, porque, se existem espíritos hábeis no processo do intercâmbio mediúnico com os homens, poucos são os que sabem aproveitá-lo de maneira construtiva.
A maioria dos espíritos que, através da mediunidade, entram em contato com os homens, são espíritos que deixam a desejar no que se refere à moralidade. E não estamos sendo moralistas nesta nossa constatação.
Os espíritos sempre disponíveis aos médiuns, de maneira geral, são de discreta condição evolutiva, notadamente no campo da moral. Podem até ser espíritos com algum conhecimento, mas com quase nenhum esclarecimento.
Portanto, esforçando-se para ser bons médiuns, que os portadores de faculdades medianímicas se esforcem para ser médiuns bons, aplicando-se à prática do Evangelho.
Somente os médiuns bons poderão contar com a tutela dos espíritos bons, atentos ao preceito de que “semelhante atrai semelhante”.

Odilon Fernandes

Do livro: Somos Todos Médiuns. Didier
Psicografia: Carlos A. Baccelli

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 19/07/2010)

sábado, 17 de julho de 2010

Sintonia Moral

As leis da afinidade ou de sintonia que vigem em toda parte, respondem pela ordem e pelo equilíbrio universal.
Pequena alteração para mais ou para menos, entre os fenômenos do eletromagnetismo e as forças da gravitação universal, tornaria as estrelas gigantes azuis ou pequenos astros vermelhos perdidos no caos...
Sentimentos viciosos encontram ressonância em caracteres morais equivalentes produzindo resultados idênticos.
O homem colérico sempre encontrará motivo para a irritação; assim como a pessoa dócil com facilidade identifica as razões para desculpar e entender.
Há uma inevitável atração entre personalidades de gostos e objetivos semelhantes como repulsa em meio àqueles que transitam em faixas de valores que se opõem...
Assim, os pensamentos positivos e superiores geram reações salutares, tanto quanto aqueloutros de natureza perturbadora e destrutiva produzem desarmonia e insatisfação.
No campo das expressões morais o fenômeno prossegue com as mesmas características.
Os semelhantes comportamentos entre os homens e os espíritos jungem-se, impondo-lhes interdependência de consequências imprevisíveis.
Se possuem um teor elevado, idealista, impelem os seres encarnados quão desencarnados a realizações santificantes, enquanto que, de caráter vulgar, facultam intercâmbio obsessivo ou tipificado pela burla, mentira, insanidade...
É, portanto, inevitável afirmar-se que as qualidades morais do médium são de alta importância para o salutar intercâmbio entre os homens e os espíritos.
Somente as entidades inferiores se apresentam por intermédio dos médiuns vulgares, insatisfeitos, imorais...
Os mentores, como é natural, sintonizam com aqueles que se esforçam por melhorar-se, empenhados na sua transformação moral, que combatem as más inclinações e insistem para vencer o egoísmo, o orgulho, esses cânceres da alma que produzem terríveis metástases na conduta do indivíduo.
Pode-se e deve-se, pois, examinar-se o valor e a qualidade das comunicações espirituais, tendo-se em conta o caráter moral do médium, seu comportamento, sua vida.
Jesus, o Excelente médium de Deus, demonstrou a grandeza da sua perfeita identificação com o pensamento divino através da esplêndida pureza e elevação que O caracterizavam.

Joanna de Ângelis

Do livro: Momentos de Meditação. LEAL
Psicografia: Divaldo P. Franco

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 17/07/2010)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Direito

O direito, como disse Godin, fundador do familistério de Guise, é feito do dever cumprido. Sendo os serviços prestados à humanidade a causa, o direito vem a ser o efeito. Numa sociedade bem organizada, cada cidadão classificar-se-á de acordo com seu valor pessoal e grau de sua evolução e em proporção com sua cota social.
O indivíduo só deve ocupar a situação merecida; seu direito está em proporção equivalente à sua capacidade para o bem. Tal é a regra, tal é a base da sua ordem universal, e a ordem social, enquanto não for sua contraprova, sua imagem fiel, será precária e instável.
Cada membro de uma coletividade deve, por força desta regra, em vez de reivindicar direitos fictícios, tornar-se digno deles, aumentando o próprio valor e sua participação na obra comum. O ideal social transforma-se, o sentido da harmonia desenvolve-se, o campo do altruísmo dilata-se; mas, no estado atual das coisas, no seio de uma sociedade onde fermentam tantas paixões, onde se agitam tantas forças brutais, no meio de uma civilização feita de egoísmo e cobiça, de incoerência e má vontade, de sensualidade e sofrimentos, são de temer muitas convulsões.
Às vezes ouve-se o bramido da onda que sobe. O queixume dos que sofrem transforma-se em brados de cólera. As multidões contam-se interesses seculares são ameaçados. Levanta-se, porém, uma nova fé, iluminada por um raio do Alto e assente em fatos, em provas sensíveis. Diz a todos: “Sede unidos, porque sois irmãos, irmãos neste mundo, irmão na imortalidade. Trabalhai em comum para tornardes mais suaves as condições da vida social, mais fácil o desempenho de vossas tarefas futuras. Trabalhai para aumentar os tesouros de saber, de sabedoria, de poder, que são a herança da humanidade. A felicidade não está na luta, na vingança; está na união dos corações e das vontades!”

Léon Denis

Do livro: O Problema do Ser, do Destino e da Dor. FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 15/07/2010)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ante a desencarnação

Por mais se alongue, a existência física na Terra não passa de uma estação temporária.
Com o desgaste natural, a indumentária carnal se consome, renovando-se, incessantemente, até se transformar em outras formas de vida, no silêncio do solo, quando abandonada pelo espírito.
Tudo quanto nasce, morre é da Lei.
A reencarnação é ensejo de aprendizagem necessária e breve.
O corpo, por isso mesmo, é veículo com que a Divindade honra o ser facultando-lhe a ascensão aos planos celestes.
Todos morrem num estado vibratório para renascerem noutro. Não há consumação. A vida prossegue!
Além do portal de lama e cinza, a vida continua como primavera formosa após noite sombria e torturada.
Ama os que foram instrumento da tua carne ou razão da tua felicidade, sem os constrangeres a uma temporada mais longa entre as limitações do vaso carnal.
Saudosos da Grande Pátria anseiam por voltar, embora as retenções no caminho.
Não os atormentes com teu amor. Eles prosseguirão contigo noutro estado de consciência.
Ajudar-te-ão na dor, enxugando suores e lágrimas e orarão por ti nas travessias difíceis...
Prepara-os com amor, informando quanto à vida no mundo maior, e desembaraça-os dos cipós e elos que os prendam na retaguarda.
Recorda-te e lembra-lhes a alvorada sublime que os aguarda, esclarecendo quanto à ressurreição triunfal além da transitoriedade de todas as coisas.
Preenche, de tua parte, a saudade deles no coração, com a lembrança das horas felizes que eles proporcionaram, o bem que fizeram, o que representaram na vida...
Começa-se a morrer desde que se renasce na carne.
A memória deles te fará feliz e todo o bem que te fizeram, como o amor que lhes deste, será a coroa de luz que terás na vida.
Recorda, por fim que, dominados por imensa saudade, recolhidos e atemorizados, os discípulos reunidos em Jerusalém receberam a visita do inesquecível Amigo que os saudou jubiloso, retornando da morte e felicitando a todos, através dos milênios, com o legado da vitória da vida sobre a desencarnação, como hoje atestam os que venceram o túmulo, retornando, felizes, aos corações amados que se demoram na carne, a repetir “paz seja convosco”, qual hino de consolação imortal, que nada consome.

Joanna de Ângelis

Do livro: Messe de Amor. LEAL
Psicografia: Divaldo P. Franco

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 14/07/2010)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Em Torno da Mediunidade

Ser médium não é simplesmente fazer-se veículo de fenômenos que transcendem a alheia compreensão.
Acima de tudo, é indispensável entendamos na faculdade mediúnica a possibilidade de servir, compreendendo-se que semelhante faculdade é característica de todas as criaturas.
Acontece, porém, que o homem espera habitualmente pelas entidades protetoras em horas de prova e sofrimento, para arremessar-se ao estudo e ao trabalho quase sempre com extremas dificuldades de aproveitamento das lições que o visitam, quando o nosso dever mais simples é o de seguir, em paz, ao encontro da Espiritualidade superior, movimentando a nossa própria iniciativa, no terreno firme do bem.
A própria Natureza é pródiga de ensinamentos nesse particular.
A terra é médium da flor que se materializa, tanto quanto a flor é medianeira do perfume que embalsama a atmosfera.
O Sol é o médium da luz que sustenta o homem, tanto quanto o homem é o instrumento do progresso planetário.
Todos os aprendizes da fé podem converter-se em médiuns da caridade através da qual opera o Espírito de Jesus, de mil modos diferentes, em cada setor de nossa marcha evolutiva.
Ampara aos teus semelhantes e encontrarás a melhor fórmula para o seguro desenvolvimento psíquico.
Na plantação da simpatia, por intermédio de uma simples palavra, estabelecemos, em torno de nós, renovadora corrente de auxílio.
Não aguardes o toque de inteligências estranhas à tua, para que te transformes no canal da alegria e da fraternidade, a benefício dos outros e de ti mesmo.
Podes traduzir a mensagem do Senhor, onde quer que te encontres, aprendendo, amando, construindo e servindo sempre, porque acima dos médiuns dessa ou daquela entidade espiritual, desse ou daquele fenômeno que, muitas vezes, espantam ou comovem, sem educar e sem edificar, permanecem a consciência e o coração devotados ao Supremo bem, através dos quais o Senhor se manifesta, estendendo para nós todos a bênção da vida melhor.

Emmanuel

Do livro: Mediunidade e Sintonia. CEU
Psicografia: Francisco C. Xavier

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 12/07/2010)

sábado, 10 de julho de 2010

Aborto

Por mais se busquem argumentos, em vãs tentativas para justificar-se o aborto, todos eles não escondem os estados mórbidos da personalidade humana, a revolta, a vingança, o campo aberto para as licenças morais, sem qualquer compromisso ou responsabilidade...
Não há qualquer dúvida, quanto aos “direitos da mulher sobre o seu corpo”, mas, não quanto à vida que vige na intimidade da sua estrutura orgânica.
Afinal, o corpo a ninguém pertence, ou melhor, nada pertence a quem quer que seja, senão à Vida.
Os movimentos em favor da liberação do aborto, sob a alegação de que o mesmo é feito clandestinamente, resultam em legalizar-se um crime para que outro equivalente não tenha curso.
Diz-se que, na clandestinidade, o óbito das gestantes que tombam, por imprudência, em mãos incapazes e criminosas, é muito grande, e quando tal não ocorre, as consequências da técnica são dolorosas, gerando sequelas, ou dando origem a processos de enfermidades de longo curso.
A providência seria, portanto, a do esclarecimento, da orientação e não do infanticídio covarde, interrompendo a vida em começo de alguém que não foi consultado quanto à gravidade do tentame e ao seu destino.
Ocorre, porém, na maioria dos casos de aborto, que a expulsão do corpo em formação, de forma nenhuma interrompe as ligações espírito-a-espírito, entre a futura mãe e o porvindouro filho.
Sem entender a ocorrência, ou percebendo-a, em desespero, o ser espiritual agarra-se às matrizes orgânicas e, à força da persistência psíquica, sob frustração do insucesso termina por lesar a aparelhagem genital da mulher, dando gênese a doenças de etiologia muito complicada, favorecendo os múltiplos processos cancerígenos.
Outrossim, em estado de desespero, por sentir-se impedido de completar o ciclo de vida, o espírito estabelece processos de obsessão que se complicam, culminando por alienar-se a mulher de consciência culpada, formando quadros depressivos e outros, em que a loucura e o suicídio tornam-se portas de libertação mentirosa.
Ninguém tem o direito de interromper uma vida humana em formação.
Diante da terapia para salvar a vida da mãe, é aceitável a interrupção do processo da vida fetal, em se considerando a possibilidade de nova gestação ou o dever para com a vida já estabelecida, face à dúvida ante a vida em formação...
Quando qualquer crime seja tornado um comportamento legal, jamais se enquadrará nos processos morais das Leis soberanas que sustentam o Universo em nome de Deus.
Diante do aborto em delineamento, procura pensar em termos de amor e o amor te dirá qual a melhor atitude a tomar em relação ao filhinho em formação, conforme os teus genitores fizeram contigo, permitindo-te nascer.

Joanna de Ângelis

Do livro: Alerta. LEAL
Psicografia: Divaldo P. Franco

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 10/07/2010)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Reencarnação

Todas as almas que não puderam libertar-se das influências terrestres devem renascer nesse mundo, para nele trabalhar pelo seu melhoramento; é o caso da imensa maioria. Como as outras fases da vida dos seres, a reencarnação está sujeita às leis: o grau de pureza do perispírito, a afinidade molecular, que determinam a classificação dos espíritos no espaço, fixam, também, as condições da reencarnação. Os semelhantes atraem-se. É em virtude dessa lei de atração e harmonia, que os espíritos da mesma ordem, de caracteres e tendências análogas, aproximam-se, seguem-se através de suas múltiplas existências, encarnam em conjunto, constituindo famílias homogêneas.
Quando chega a hora de reencarnar, o espírito se sente arrastado por uma força irresistível, por uma misteriosa afinidade, para o meio que lhe convém. Aí está uma hora de angústia, mais terrível que a da morte. Em realidade, a morte é apenas a libertação dos laços carnais, a entrada numa vida mais livre, mais intensa. A encarnação, ao contrário, é a perda dessa vida de liberdade, um amesquinhamento de si mesmo, a passagem dos claros espaços à prisão obscura, a descida num abismo de lama e de miséria, onde o ser será submetido a inúmeras necessidades tirânicas, é por isso que o desgosto, o pavor, o abatimento profundo do espírito, no limiar desse mundo tenebroso, são fáceis de conceber: é mais penoso, mais doloroso renascer do que morrer.
Homem, resigne-se, portanto, e suporte com coragem as provas inevitáveis, mas fecundas, que apagam suas manchas e lhe preparam um futuro melhor! Imite o lavrador que vai em frente, curvado sob o Sol ardente ou açoitado pelo vento frio e seco, e cujos suores regam o solo, o solo escavado, rasgado como seu coração pelo dente de ferro, mas de onde sairá a colheita dourada que fará sua felicidade.
Evite os desfalecimentos que lhe reconduziriam sob o jugo da miséria e pesariam sobre suas vidas futuras. Seja bom e virtuoso, a fim de não se deixar retomar pela terrível engrenagem do mal e suas consequências. Fuja das alegrias aviltantes, das discórdias, das vãs agitações da multidão. Não é nas discussões estéreis, nas rivalidades, na cobiça das honras e dos bens, que encontrará a sabedoria, o contentamento de si mesmo; é no trabalho e na prática da caridade; é na meditação solitária; no estudo concentrado, frente à sua própria consciência e da Natureza, esse livro admirável que traz a assinatura de Deus.

Léon Denis

Do livro: Depois da Morte. CELD

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 08/07/2010)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Infelicidade

Ante o manancial de bênçãos do Espiritismo com Jesus, a verdadeira infelicidade será sempre:
receber sem dar;
reter os bens do mundo sem distribuí-los;
guardar a fé, menosprezando os que sofrem o frio da indiferença;
iluminar a si mesmo, escarnecendo os que ainda jazem na sombra;
exibir humildade, amaldiçoando as vítimas do orgulho;
ornar a própria senda com os mais altos valores culturais, recusando a esmola do alfabeto aos que padecem a chaga da ignorância;
conservar a própria saúde, olvidando os enfermos;
encastelar-se no conforto, esquecendo os que são afrontados pela miséria...
O infortúnio real será ainda:
ensinar o bem sem praticá-lo;
conhecer a verdade e consagrar-se ao erro sistemático;
aceitar os princípios da sublimação espiritual, mergulhando-se nas trevas da animalidade e da estagnação nas linhas inferiores do mundo;
saber o caminho da elevação própria, tentando enganar a si mesmo no fundo despenhadeiro da ilusão;
matar o tempo destinado a enriquecer-nos de vida...
Há muita felicidade na Terra que não constitui senão trilho descendente para o abismo da aflição...
Muitos riem agora, ostentando falsa alegria na máscara de carne para chorarem amargamente depois...
Aprendamos a viver para o bem dos outros, a fim de encontrarmos o nosso verdadeiro bem.
Almas inúmeras se julgam bem quando apenas se encontram bem mal no exclusivismo a que se afeiçoam e outras tantas se supõem mal dotadas pela existência, encontrando nas dores que as assaltam o acesso à libertação do mal a que se escravizam.
A felicidade duradoura e justa nasce para nós da felicidade que acendermos no caminho dos outros, e, por isso, compreendendo com o Evangelho que mais vale dar que receber, procuremos distribuir os bens que o Senhor nos empresta, a bem de todos, na certeza de que somente assim conquistaremos, em nosso favor, a felicidade do Sumo Bem.

Emmanuel

Do livro: Perante Jesus
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: IDEAL

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 07/07/2010)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Finalidade

A finalidade da mediunidade é a edificação espiritual das criaturas.
A mediunidade não pode ser reduzida a mero instrumento de curiosidade doentia.
Os médiuns que se prestarem a especulações de caráter inferior estarão se desviando de seu nobre objetivo.
Incursões na vida pretérita e previsões quanto ao futuro das pessoas não dizem respeito à mediunidade espírita-cristã.
A mediunidade tampouco é talento para benefício exclusivo do médium.
Por isto, o médium não deve fugir ao contato com o povo, não se afastando da multidão dos aflitos e desnorteados.
Os espíritos esclarecidos comunicam-se com o intuito de incentivar os homens no caminho do aperfeiçoamento.
A própria comunicação de caráter inferior acontece para induzi-los à reflexão quanto às realidades espirituais da vida.
O Mestre advertiu-nos que a candeia deveria ser colocada sobre o alqueire, a fim de que sua luz alcançasse a todos.
Igualmente referiu-se à multiplicação dos talentos que nos fossem confiados.
Infelizes os que conspurcarem o dom da mediunidade, tornando-se motivo de escândalo e de descrença, em vez de instrumento de fé e de espiritualidade entre as criaturas.

Odilon Fernandes

Do livro: ABC da Mediunidade
Psicografia: Carlos A. Baccelli
Editora: Didier

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 05/07/2010)

sábado, 3 de julho de 2010

Luminosa Benção

Simbolizamos no plano físico a presença de grande Universidade.
Da vida espiritual, – a vida verdadeira – precedem os alunos, ou mais propriamente considerando, as criaturas que nascem nos lares humanos.
Antes, porém da corporificação no berço terrestre, quantos já desfrutem a faculdade de escolher o currículo de lições determinadas, solicitam matrícula nos institutos da reencarnação, no encalço de realizações das quais se julgam necessitados, quanto ao próprio burilamento.
As matérias professadas são as mais diversas.
Temos aqueles que insistem pelo renascimento no berço de extremada penúria, a fim de que o aguilhão da necessidade lhes auxilie a descobrir a alegria de trabalhar.
Surgem os que requisitam deformidades no corpo, no intuito de instalar a luz da humildade por dentro de si.
Surpreendemos os que pedem moléstias congênitas e irreversíveis, visando a correção de hábitos infelizes nos quais se desvairaram em outras estâncias do tempo.
Aparecem os que rogam tribulações difíceis de suportar, procurando acumular fortaleza de espírito.
Repontam, aqui e ali, os que solicitam inibições no campo afetivo, no objetivo de buscarem a sublimação dos próprios sentimentos.
E existem aqueles muitos outros que imploram retorno à presença de antigos desafetos, a eles se prendendo nas teias da consaguinidade, intentando aprender perdão e tolerância nos recessos do lar.
Obtidas as concessões, começam as providências que as efetivem a benefício dos candidatos, entretanto, muitos aprendizes recuam diante dos obstáculos, entrando em conflitos de consciência.
No íntimo, sabem-se famintos de valores espirituais como sejam a paciência e a humildade, a coragem e a firmeza de caráter, o espírito de renúncia e a compreensão mas, retomam instintivamente os estados negativos em que se emaranharam em muitas das existências passadas, surgindo, depois, mais endividados perante a contabilidade da vida.
Se te encontras na Terra num processo assim de aperfeiçoamento e resgate, asserena o coração refletindo na perenidade da vida e pede forças a Deus em oração para que não te afastes do rumo certo.
E, longe de troféus passageiros, suscetíveis de te enganarem nas exterioridades da existência humana, reconhecerás, no imo do próprio ser, que estás conquistando, pouco a pouco, tesouros imperecíveis de paz e de alegria trabalhando e servindo, sempre com a bênção luminosa da aceitação.

Emmanuel

Do livro: Companheiro
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: IDE

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 03/07/2010)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Evolução Perispiritual

Assim como o carvalho guarda em si a marca de seus desenvolvimentos anuais, o perispírito também conserva, sob suas aparências presentes, os vestígios das vidas anteriores, estados percorridos sucessivamente. Esses vestígios repousam em nós, frequentemente esquecidos; mas desde que sejam evocados, desperta-se a lembrança, reaparecem como outras tantas testemunhas, balizam a estrada longa e penosamente percorrida.
Os espíritos atrasados têm envoltórios espessos, impregnados de fluidos materiais. Sentem, ainda depois da morte, as impressões e as necessidades da vida terrestre. A fome, o frio, a dor subsistem para os mais grosseiros dentre eles. Seu organismo fluídico, obscurecido pelas paixões, só pode vibrar fracamente, e suas percepções são, portanto, mais restritas. Eles nada sabem da vida do Espaço. Tudo neles e em torno deles são trevas.
A alma pura, livre das atrações bestiais, transforma seu perispírito e o torna semelhante a si mesma. Quanto mais esse perispírito for sutil, vibrará com mais força, suas sensações se ampliarão. Participa de modos de existência dos quais podemos apenas ter uma ideia. Embriaga-se das alegrias da vida superior, das magníficas harmonias do infinito. Tal é a tarefa do espírito humano e a sua recompensa: pelos seus longos trabalhos, habituar-se com novos sentidos, de uma delicadeza e de um poder sem limites; dominar as suas paixões brutais, fazer do espesso envoltório primitivo uma forma diáfana, resplandecente de luz. Eis a obra determinada para todos, e que todos devem perseguir através das etapas inumeráveis, na estrada maravilhosa que os mundos desenvolvem sob seus passos.

Léon Denis

Do livro: Depois da Morte
Léon Denis – Gráfica e Editora

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 01/07/2010)