quarta-feira, 18 de agosto de 2010

No campo das Provas

     A vida na Terra pode ser comparada a campo imenso de provas em que cada espírito ingressa, procurando o triunfo em si próprio, na pauta dos valores de que não prescinde na imortalidade vitoriosa.
É assim que não há berços iguais para os que abordam a enorme arena de nossas antigas lutas.
     Cada coração recolhe a valiosa oportunidade da experiência no lugar e no clima que digam respeito às suas justas necessidades.
     Sabendo agora que carreamos para o Além as paixões desvairadas e as indesejáveis inclinações a que nos afeiçoamos, durante o estágio no corpo físico, é preciso lembrar que renascemos sempre na paisagem e na situação em que possamos alcançar a bênção de nosso resgate ou de nossa cura.
Desse modo o alcoólatra reaparecerá junto de pais dipsômanos, para sofrer de novo a vizinhança do vício,
alijando-o de si mesmo.
     O criminoso ressurge no ambiente em que delinquiu para dominar os pensamentos culposos que lhe vergastam o espírito.
     O suicida retornará ao veículo denso com os mesmos problemas em que se emaranhou nas trevas da alma, recapitulando, de novo, a lição do sofrimento para entesourar fortaleza e superação.
     O malfeitor renascerá nos sítios em que as sombras se refugiam para compreender a grandeza da luz, consagrando-se a ela.
     Quase sempre pela porta de entrada na esfera das criaturas humanas, é possível identificar a natureza de nossos débitos e reconhecer a nossa posição diante da Lei, exceção feita aos grandes missionários cujo patrimônio de virtude e de amor, de compreensão e sabedoria transcende o quadro de todas as influências terrestres.
     Repara em que espécie de provação e em que linha social te situas, buscando exercer a humildade e o bem, a coragem e o serviço onde estiveres, porque, hoje ou amanhã, a vida ensinar-te-á que ninguém recebe um corpo de carne para falir, mas sim para trabalhar e aprender dignamente, alcançando-se com o tempo a mais altos níveis da Vida Eterna.
Emmanuel
Do livro: Semeador em Tempos Novos. GEEM
Psicografia: Francisco C. Xavier

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 18/08/2010)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Médiuns Fascinados

“A fascinação tem consequências muito mais graves. É uma ilusão produzida pela ação direta do espírito sobre o pensamento do médium e que paralisa de alguma forma seu julgamento com respeito às comunicações.” (O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, cap. XXIII, item 239.)

      A fascinação, se assim nós podemos expressar, é uma espécie de hipnose a que o espírito obsessor induz o médium obsidiado, referimo-nos a médium obsidiado, porque, em última análise, o obsidiado não deixa de ser um médium em potencial.
      Fascinado, o médium não se julga equivocado nas comunicações que esteja intermediando, no entanto a fascinação exercida sobre ele pode ir muito mais longe...
      O médium fascinado, em seus instantes de lucidez, recusa, por exemplo, a advertência que lhe é feita pelos espíritos amigos, os quais prevalecendo-se das clareiras mentais em quase permanente estado de fascinação, tentam acordá-lo para as suas responsabilidades(...)
      Necessitamos ainda considerar que o problema da fascinação sobre os médiuns não deve ser imputado apenas aos desencarnados, posto que muitos deles se transformam em vítimas das próprias alucinações nas ideias mirabolantes que formam a respeito de si mesmos. Aliás, esta fascinação é a mais grave de todas, porque o medianeiro não se coloca na condição de quem admite estar necessitando ajuda para reencontrar o discernimento(...)
      Dos problemas da fascinação, portanto, o dos médiuns vítimas de comunicações que não resistem ao crivo da razão ao qual devem ser submetidos, é o mais insignificante.
      Fácil desmascarar a mentira; difícil não mentir...
      Fácil apontar erros alheios; difícil aceitar que se esteja errado...
      Busquemos a conscientização indispensável, e o caminho que trilhamos se nos apresentará menos obstruído.
      Saibamos onde se encontram, dentro de nós, as pedrasde-tropeço que carecemos remover ou evitar.
      Reflitamos na extensão e na dificuldade da jornada evolutiva que nos compete empreender e, sem desânimo, prossigamos, passo a passo, sedimentando em nós as virtudes que, um dia, haverão de redimir-nos.
      Serenamente, acrescentemos à nossa edificação íntima os tijolos do amor e da sabedoria com que os anjos, na argamassa do suor e das lágrimas que derramaram, já construíram o castelo da felicidade em que residem, entre as estrelas!...
Odilon Fernandes
Do livro: Mediunidade e Obsessão. Didier
Psicografia: Carlos A. Baccelli.

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 16/08/2010)

sábado, 14 de agosto de 2010

Resistência ao Mal

      Bem-aventurados os pobres de vaidades e ambições que sabem render culto de confiança ao Pai!
      Bem-aventurados os ricos de amor indiscriminado e indistinto que sabem ampliar as fronteiras do Reino da Esperança entre os que se debatem nas malhas cruéis do desespero e da ignorância!
      Bem-aventurados os simples que não se ensoberbecem na grandeza nem se amesquinham na aflição!
      Bem-aventurados os que se doam ao melhor da vida para a vida melhor do espírito!
      Somos a imensa família do Cristo, atados por liames fortes do pretérito-próximo, convocados para a redenção de nós mesmos. Lutas e desenganos não nos devem arrefecer ante as tarefas que nos competem desenvolver. Somos espíritos enfermos em tratamento de emergência nas mãos de Jesus, o amigo incomparável e constante. Muitas chagas que teimam por continuar abertas, aguardam nossa
imediata enfermagem envidando esforços expressivos para cicatrizá-las.
      Aqui é a antipatia gratuita esperando nosso apaziguamento; ali é a revolta insensata aguardando pacificação; à frente é pessimismo retratando hoje os fracassos de ontem, que devemos combater com a clara manhã da esperança; ao lado é a dor, são as mágoas, são os constrangimentos irritantes desejando o bálsamo da nossa bondade e a esponja do nosso otimismo, embora nos pareçam trevas ameaçadoras em nossos céus...
      Para que haja paz, em nós, ajudemos todos com a nossa cordialidade e sigamos adiante...
Companheiros valorosos se dizem desanimados ante os maus exemplos e os fracassos que constatam a cada passo. Esquecem-se, no entanto, dos triunfos demorados daqueles que só hoje caíram, quando poderiam ter caído há tempos; daqueles que sofreram o dilacerar do coração sob o relho de tormentos íntimos, por todos ignorados; dos que se debruçaram sobre as bordas do abismo do autocídio
e recuaram, derrapando com desvios de consequências menos graves; dos amigos que estiveram loucos na
dor, discretamente lutando sozinhos, e só agora não mais conseguiram manter a aparência, entregando-se exânime ao desequilíbrio...
Joanna de Ângelis
Do livro: Lampadário Espírita. FEB
Psicografia: Divaldo P. Franco

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 14/08/2010)