quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Vida Moral

As doutrinas do nada fazem dessa vida um impasse e chegam, logicamente, ao sensualismo e à desordem. As Religiões, fazendo da existência uma obra de salvação pessoal, muito problemática, consideram-na de um ponto de vista egoísta e acanhado.

Com a filosofia dos espíritos, esse ponto de vista muda, a perspectiva se alarga. O que devemos procurar, não é mais a felicidade terrestre, – a felicidade daqui é rara e precária, – é um melhoramento contínuo; e o meio de realizá-la, é a observação da moral sob todas suas formas.

Com um tal ideal, uma sociedade é indestrutível; desafia todas as vicissitudes, todos os acontecimentos. Cresce na infelicidade, encontra na adversidade os meios de se elevar acima de si mesma. Despojada de ideal, embalada pelos sofismas dos sensualistas, uma sociedade só pode corromper-se e enfraquecer-se; sua fé no progresso, na justiça, apaga-se com sua virilidade; ela não é senão um corpo sem alma e torna-se, fatalmente, a presa dos seus inimigos.

Feliz do homem que, nessa vida cheia de obscuridade e de armadilhas, caminha constantemente em direção ao objetivo elevado que discerne, conhece, do qual está certo! Feliz daquele que um sopro do alto inspira suas obras e leva-o adiante. Os prazeres deixam-no indiferente; as tentações da carne, as miragens enganosas da fortuna não têm mais domínio sobre ele. Viajor em marcha, o objetivo o chama; ele se precipita para atingi-lo.

Léon Denis
Do livro: Depois da Morte
Léon Denis – Gráfica e Editora


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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 29/04/2010)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Através da Reencarnação

Fora melhor que não existissem na Terra pedintes e mendigos, na expectativa do agasalho e do pão.

Se é justo deplorar o atraso moral do planeta que ainda acalenta privação e necessidade, examinemos a nós mesmos, quando nos inclinamos para a ambição desvairada, e verificaremos que a penúria, através da reencarnação, é o ensinamento que nos corrige os excessos.

Fora melhor não víssemos mutilados e enfermos, suplicando alívio e remédio.

Se é compreensível lastimar as condições da estância física, que ainda expõe semelhantes quadros de sofrimento, observemos o pesado lastro de animalidade que conservamos no próprio ser e reconheceremos que sem as doenças do corpo, através da reencarnação, seria quase impossível aprimorar as faculdades da alma.

Fora melhor não enxergássemos crianças infelizes, suscitando angústia no lar ou piedade na via pública.

Se é natural comover-nos diante de problemas assim dolorosos, meditemos nos ódios e aversões, conflitos e contendas, que tantas vezes carregamos para além do sepulcro, transformando-nos, depois da morte, em espíritos vingativos e obsessores, e agradeceremos às leis divinas que nos fazem abatidos e pequeninos, através da reencarnação, entregando-nos ao amparo e ao arbítrio daqueles mesmos irmãos a quem ferimos noutras épocas, a fim de que nós, carecentes de tudo na infância, até mesmo da comiseração maternal que nos alimpe e conserve o organismo indefeso, venhamos, por fim, a aprender que a eterna sabedoria nos ergueu para o amor imperecível na vida triunfante.

Terra bendita! Terra, que tantas vezes malsinamos nos dias de infortúnio ou nos momentos de ignorância, nós te agradecemos as dores e as aflições que nos ofereces, por espólio de nossos próprios erros, e rogamos a Deus nos fortaleça os propósitos de reajuste e aperfeiçoamento, para que, um dia, possamos retribuir-te, de algum modo, os benefícios que nos tens prodigalizado, por milênios de milênios, através da reencarnação!...

Emmanuel
Do livro: Estude e Viva
Psicografia Francisco C. Xavier
Editora: FEB

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 28/04/2010)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Intuição

Sempre que te disponhas à tarefa de servir, na mediunidade, és alguém interpretando alguém, junto de alguém.

Vaso em que se transporte a mensagem do amor infinito para os caminhantes da Terra, deixa que a compaixão seja em tua alma o fixador do divino auxílio.

Contempla os sofredores que te procuram, por mais desarvorados, na categoria de irmãos que trazem na própria dor o sinal da altura a que não puderam chegar.

Diante de todos aqueles que o mundo reprova, pensa no supremo esforço que fizeram para serem bons, sem que pudessem atingir o ideal a que se propunham.

À frente dos companheiros incursos em faltas graves, medita na extrema luta que sustentaram consigo mesmos, antes de se arrojarem à delinquência, e, perante os que se mergulham na corrente do vício, imagina-te à beira das armadilhas em que caíram sem perceber.

Encontrando a mulher que te parece desprezível, reflete nas longas noites de aflição que atravessou, padecendo na resistência moral para não cair no infortúnio, e, surpreendendo o celerado que se te afigura cruel, mentaliza o seio maternal que o acalentou, entre preces e lágrimas, supondo amamentar a boca de um anjo.

Se os problemas do próximo surgem obscuros e inconfessáveis, pede à simpatia te ajude a resolvê-los, porque, em verdade, não lhes conheces o início e nem sabes que forças da sombra se ocultam por trás dos que tombam, chagados de sofrimento.

Seja qual for o necessitado, compadece-te; e, se esse mesmo necessitado te fere e injuria, compadece-te ainda mais.

Não julgues ninguém tão excessivamente culpado que não careça de apoio e de entendimento, recordando que a bondade de Deus, cada manhã, retira a alvorada vitoriosa das trevas da meia-noite.

Intuição é pensamento a pensamento.

E só o pensamento da compaixão é capaz de traduzir, com fidelidade, o pensamento da Luz.

Emmanuel
Do livro: Seara dos Médiuns
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: FEB


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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 26/04/2010)

sábado, 24 de abril de 2010

Diante do Universo

Povoa-se o Universo por verdadeira multidão de galáxias.

Cada galáxia permanece constituída por milhares de constelações.

Cada constelação, quase sempre, é um ninho de sóis.

Cada sol congrega diversos mundos.

Cada mundo, amadurecido para a inteligência e para a razão, guarda consigo a bênção da humanidade.

Cada humanidade se compõe de várias raças.

Cada raça engloba muitos povos e milhões de almas que evoluem, nos degraus que lhes correspondem.

Lembremo-nos, pois, de que no concerto admirável da Criação, somente será possível regenerar e burilar a nós mesmos para que a vida imperecível em nós se retrate vitoriosa, mas não nos esqueçamos de que, apesar da grandeza cósmica, nosso desequilíbrio no mal pode comprometer todo o sistema em que as leis divinas se expressam, através do trono sublime da Natureza, qual acontece ao micróbio letal que, não obstante imperceptível ao olho nu, pode carrear a enfermidade ou a morte para o corpo físico mais notavelmente bem posto.

Consagremo-nos à estruturação do Bem no campo de nós mesmos, de conformidade com os princípios inelutáveis de harmonia e justiça que nos regem a ascensão, sem o doentio propósito de reajustar os outros, antes da recuperação espiritual de nós próprios, de vez que todo o deslize nosso, à frente do Senhor, repercute nas faixas totais da vida una, compelindo-nos à posição de angústia e sofrimento, a única suscetível de retificar em nosso espírito e em nossa existência a ruptura do equilíbrio divino do amor que operamos desavisados, diante da eterna lei.


Emmanuel
Do livro: Inspiração
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: GEEM

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(Página de abertura da Reunião Pública do CELD no dia 24/04/2010)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Estudemos o Evangelho

Aprimoramento do raciocínio, na Terra, é base da evolução de que os povos se glorificam.

A escola, definida como sendo a cultura do cérebro, desde o alfabeto à especialização acadêmica, é o cérebro da cultura. Especulações religiosas, realizações científicas, preceitos filosóficos e experiências artísticas devem-lhe os fundamentos.

Tudo o que brilha nas construções da inteligência é fruto do estudo.

Colombo foi o descobridor da América; entretanto, não alcançou o próprio destino sem os apontamentos de Perestrello.

Newton enuncinou os conhecimentos da atração universal, mas inspirou-se nos princípios de Kepler.

Helen Keller, cuja alma de escol angariou o respeito da humanidade, não venceu as sombras que lhe envolviam o campo dos sentidos sem o concurso da professora que a seguiu, passo a passo.
Assim também, no burilamento da alma.

É indispensável conhecer o bem, para que os ensinamentos do bem nos aperfeiçoem a vida íntima.

Nós, os espíritas vinculados com Allan Kardec ao Cristianismo puro, não podemos prescindir do contacto com o Divino Mestre, através das lições com que nos dirige a renovação para as esferas superiores.

Estudemos, pois, o Evangelho.


Emmanuel
Do livro: Estudando o Evangelho
Psicografia: Francisco C. Xavier
Editora: FEB


(Mensagem para Reunião Pública, 22/04/2010, CELD - Rio de Janeiro/RJ)

Liberação

A reencarnação conduziu-te a um lar que consideras inadequado para o teu progresso, e que te faz sofrer. Talvez, tu mesmo o hajas elegido para adaptar-te desde cedo ao processo reparador.

Cada um se vincula aos seres de que necessita para a evolução. Permanecer, porém, ergastulado a esses eventos afligentes é atitude acomodatícia com o negativo e perturbador, quando dispões de valiosos meios para a libertação.

Problemas existem, para serem solucionados.

Dificuldades são testes para desafiar os valores latentes do conhecimento, da capacidade de luta de cada um.

Se preferes a autopiedade, ninguém te poderá ajudar.

O ressentimento, o medo, a queixa, a reclamação do passado, mais te farão dependente do acontecido, no qual inconscientemente te apoias a fim de não lutares pela restauração da paz, e o logro da alegria.

Não podes, nem deves incorporar à existência os vaticínios danosos que te fizeram, as expressões chulas que te dirigiram, as frases deprimentes que te endereçaram, as agressões verbais, morais e físicas de que foste vítima. Isso já passou e não tens como fazer, para que não houvessem sucedido. Desviar-lhes, porém, os efeitos daninhos, sim, cabe-te realizá-lo.

Sabes que não és o que te acusaram. Mas, se por infortúnio da tua fragilidade psicológica, incorporaste à personalidade as investidas aleivosas e te crês conforme te definiram, rompe as algemas e ensaia a tua libertação.

És uma gema bruta por lapidar. Se, exteriormente, a ganga é impura, tens no íntimo o brilho das estrelas, que te cumpre liberar.

Começa agora o novo processo da tua vida.

Dá-te a oportunidade de provar a ti mesmo quanto possuis, e conseguirás produzir.
Experimenta o prazer de construir o teu futuro e, de pronto, começarás a ser uma pessoa ditosa.


Joanna de Ângelis
Do livro: Momentos de Saúde
Psicografia: Divaldo P. Franco
Editora: LEAL

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(Mensagem para Reunião Pública, 21/04/2010, CELD - Rio de Janeiro/RJ)

A Vida de Cairbar

Cairbar Schutel nasceu no Rio de Janeiro a 22 de setembro de 1868. Era filho de Antero de Souza Schutel e de D. Rita Tavares Schutel. Frequentou o Colégio D. Pedro II. No Rio praticou em diversas farmácias e aos 17 anos veio para o Estado de São Paulo, exercendo sua profissão em Piracicaba, Araraquara e depois em Matão, onde residiu 42 anos. Foi um dos fundadores de Matão e seu primeiro Prefeito, trabalhando incansavelmente pelo progresso desta localidade, onde militou na política por alguns anos. Matão deve-lhe relevantes serviços. Católico romano por tradição, Cairbar Schutel muito fez pelo brilho dessa religião, com a sinceridade que caracterizou Saulo de Tarso. Mas como essa religião não respondia às perguntas íntimas que Cairbar fazia com respeito ao seu falecido pai, procurou outras fontes de informação fora da Igreja. Nesse tempo residiam em Matão seus amigos Calixto Prado e Quintiliano José Alves, que convidados por Cairbar Schutel, fizeram com ele sessões de tiptologia com a trípode pequena mesa com três pés). Foi então que, conhecendo que a vida continuava além do túmulo, estudou e abraçou o Espiritismo e dele se tornou um dos maiores propagandistas. Seu trabalho logo começou a aparecer: Fundou em 15 de julho de1905, o Centro Espírita Amantes da Pobreza*. Logo a seguir, a 15 de agosto desse ano, lançou à luz da publicidade "O Clarim", em formato pequeno, que logo se ampliou, atingindo sua tiragem a 10.000 exemplares nos últimos anos. Além disso fazia propaganda da doutrina por meio de boletins e panfletos, fazendo ainda palestras doutrinárias nas cidades circunvizinhas, inclusive programas radiofônicos na antiga PRD-4 de Araraquara. Sua atividade não parou. Assim foi que, a 15 de fevereiro de 1925, fundou A Revista Internacional de Espiritismo dedicada aos estudos dos fenômenos anímicos e espíritas. Este mensário conta com a colaboração de eminentes mentalidades mundiais, circulando não só entre as suas congêneres. Seu trabalho não se resumiu nessas duas publicações. Apareceram de sua brilhante pena, os seguintes livros: Espiritismo e Protestantismo, setembro de 1911; Histeria e Fenômenos Psíquicos , dezembro de 1911; O Diabo e a Igreja , dezembro de 1914; Médiuns e Mediunidades, agosto de 1923; Gênese da Alma, setembro de 1924; Materialismo e Espiritismo, dezembro de 1925; Fatos Espíritas e as Forças X..., maio de 1926; Parábolas e Ensinos de Jesus; janeiro de 1928; O Espírito do Cristianismo, fevereiro de 1930; A Vida no Outro Mundo , outubro de 1932; Vida e Atos dos Apóstolos, fevereiro de1933; Conferências Radiofônicas , setembro de 1937. Cairbar não dava só a sua inteligência em proveito do seu próximo. Oferecia o seu coração socorrendo os pobres e os enfermos com grande dedicação. Após curta enfermidade faleceu em Matão, dia 30 de janeiro de 1938, às 16:15 horas, o "Bandeirante do Espiritismo"- Cairbar Schutel.

Fonte: http://www.oclarim.com.br/?id=2